Vencendo o inferno – Capítulo 02

23/01/2015 20:59

Este é o testemunho de Renato Pimentel, um homem que conheceu de perto e se relacionou diretamente com as manifestações mais malignas das trevas. Servindo ao diabo, declarou ódio ao bispo Macedo, chegando a persegui-lo pessoalmente. Hoje, ele é um membro fiel da IURD de Botafogo, no Rio de Janeiro. Leia também a primeira parte do testemunho.

Minha vida sempre foi muito atribulada, cheia de fortes emoções. Namorava várias mulheres ao mesmo tempo, a maioria delas casadas. Então, era um tal de marido traído atrás de mim para tentar me matar que não acabava mais.

Gostava de fazer artes marciais e não fugia de uma boa briga. Andava com uma rapaziada em Copacabana, no Rio de Janeiro, que praticamente todo dia arrumava uma confusão. Era pedaço de pau, corrente, tijolo, pedra, enfim, não tinha refresco. Baixávamos no Hospital Miguel Couto todo santo dia.

Eu era tão perturbado, que por falta do que fazer e por não ter Jesus no coração, tentei o suicídio diversas vezes, só para saber como era do lado de lá. Só que nosso Deus foi tão misericordioso que não deixou que os planos do diabo se concretizassem em minha vida.

Num belo dia, em Copacabana mesmo, conheci a mãe do meu filho. Ela frequentava um centro espírita e me levou lá para conhecer. Foi amor à primeira vista pelo local. Fiquei impressionado com a estrutura de lá. Fui muito bem recebido e de imediato a mãe dos encostos me disse que eu tinha um santo muito forte que me protegia e que eu precisava tratar dele, pois precisava se desenvolver. Disse-me que pelo tamanho, não era espírito de incorporar nas pessoas, pois devido à sua compleição física, não havia ninguém que tivesse estrutura para suportar sua manifestação, pois era imenso e forte. Tinha quase seis metros de altura.

Fiquei deslumbrado com tal revelação e comecei a frequentar o local como “ogan”, que é o encarregado em cantar, tocar os atabaques, fiscalizar e dar rumo às sessões.

Não faltava a uma sessão qualquer. Estava lá chovesse ou fizesse sol, batendo tambor para os espíritos, servindo incondicionalmente a eles.

Após 3 anos de relacionamento com a minha ex-esposa nasceu meu filho, que de imediato foi apresentado aos encostos. Foi o maior erro da minha vida ter feito isso.

Minha vida conjugal era um inferno, vivíamos brigando, discutindo, só não chegamos a vias de fato devido a não ser de o meu feitio agredir uma mulher. Após 6 meses de discórdia insuportável, nos separamos. Eu já não aguentava mais viver daquele jeito.

Naquela época, eu estava afastado do tal centro espírita e não queria saber de mais nada com eles, porém, sempre crendo muito em Deus.

Logo após a minha separação, conheci outra pessoa com a qual iniciei um relacionamento, indo morar com ela. Só que dessa vez sem me casar oficialmente.  Moramos juntos por quase 6 anos, mas, mais uma vez o inferno reinava em  minha vida. Foi quando fiz um concurso público e ingressei na área de segurança pública, em 1986. Daí é que a maionese desandou de vez.

Imaginem só, garotão da zona sul, modéstia à parte, boa pinta, bom de papo, bem articulado e com uma carteira no bolso que me abria as portas em qualquer lugar que eu quisesse. Era tudo que o diabo queria para bagunçar de vez com as pessoas que estavam próximas a mim e as que viriam a se aproximar.

O sucesso no meio do meu novo emprego foi inevitável. As coisas fluíam naturalmente. Tudo dava certo para mim. Obtive chefias, tinha acesso a secretários de segurança, governadores, estava sempre em voga na mídia devido a operações audaciosas, enfim, sentia-me o último biscoito do pacote.

Tinha todas as mulheres que queria. Bastava olhar, desejar e, pronto, em um segundo já estava saindo com elas. Passava o dia todo bebendo nos bares de conhecidos que ia fazendo no dia a dia. Frequentava todos os tipos de inferninhos que se podia imaginar. Não tinha hora para nada. Só passava em casa para tomar banho e trocar de roupa. E a coitada da minha ex-companheira em casa, aguardando o “todo poderoso” chegar, para mendigar um pouquinho de atenção do “bonitão”.

Cada dia que passava eu ia me afundando mais em soberba e prepotência. Era altamente orgulhoso. Sentia-me o dono da razão. Se fosse contrariado, o “bicho pegava geral”.

Se não resolvesse na conversa, era no tapa. E, dependendo da situação, apelava para magia e para os espíritos. E, assim, ia cada vez mais me atolando na lama das trevas.